Garimpo Ilegal: Polícia Federal Desativa Minas Subterrâneas no Amazonas
Ações de combate ao garimpo ilegal avançam no país, revelando esquemas clandestinos de mineração que impactam o meio ambiente e exploram trabalhadores em condições precárias.

Minas subterrâneas utilizadas para extração ilegal de ouro em Maués, no Amazonas, foram inutilizadas nesta semana em uma operação da Polícia Federal (PF). No local, trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão e resgatados pelas autoridades.
De acordo com a PF, essa prática de mineração clandestina é considerada de alto risco e incomum, gerando impactos ambientais severos. Os prejuízos estimados ultrapassam R$ 1 bilhão, levando em conta desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas protegidas.
A ação, denominada Operação Mineração Obscura 2, foi realizada em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A investigação, que dá continuidade à Operação Déjà Vu, teve início após denúncias sobre exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. Durante a operação, as equipes constataram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a direitos básicos e expostos a substâncias altamente tóxicas.
Garimpo Ilegal de Cobre no Pará Também é Desativado
Ainda nesta semana, uma ação conjunta da PF, ICMBio, Ibama e Força Nacional desmantelou um garimpo ilegal de cobre em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. No mês anterior, três garimpeiros haviam ficado presos em um poço escavado irregularmente na região.
De acordo com a PF, os poços de extração chegam a até 50 metros de profundidade e 100 metros de comprimento, colocando em risco a vida dos trabalhadores, frequentemente submetidos a condições degradantes.
O ICMBio estima que, em cinco anos de funcionamento, esse garimpo tenha causado um prejuízo superior a R$ 362 milhões devido à extração irregular de bens minerais da União, além de R$ 6,2 milhões em danos ambientais.
Durante a operação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão, autorizando a destruição de equipamentos utilizados na atividade ilegal dentro da Floresta Nacional de Itacaiúnas. Foram apreendidos ou inutilizados 10 motores estacionários, 15 acampamentos, duas canoas, um motor rabeta, duas armas artesanais e duas pás carregadeiras.
Além disso, dois mandados de prisão foram expedidos contra suspeitos de financiar a extração ilegal. A PF informou que os poços pertencem a diferentes proprietários e que as investigações seguem para identificar os responsáveis.
"A região já foi alvo de diversas operações, porém a exploração ilegal sempre retorna, muitas vezes com uma estrutura ainda mais robusta", declarou a PF em nota.
"Esse tipo de atividade costuma ser financiado por grupos externos ao estado, com investimentos em infraestrutura elétrica, transformadores de alta potência e alojamentos estruturados, o que impacta gravemente a biodiversidade local."
Até o momento, a Justiça determinou a penhora solidária de R$ 6 milhões de três investigados para custear a reparação dos danos ambientais e econômicos causados pelo garimpo ilegal.
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